LCA – Ligamento Cruzado Anterior
Lesão do LCA: Uma abordagem fisioterapêutica
Lesão do LCA: Uma abordagem fisioterapêutica
O Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é um ligamento intra-articular e extra-sinovial localizado no joelho cuja função principal é garantir a estabilidade do joelho e a restrição passiva da translação anterior da tíbia. (3).
A lesão do LCA é uma patologia comum com maior incidência nas mulheres (entre 4 a 6 vezes superior do que nos homens) e tende a ser mais comum em indivíduos praticantes de algum tipo de desporto, sobretudo ligado a desportos no solo, como por exemplo, o futebol. (1).
As lesões com ausência de contacto físico representam 70% dos casos de rotura deste ligamento e são caracterizadas por um mecanismo de pivot: rotação interna do joelho associada ao movimento em valgo em carga, especialmente em aterragens e mudanças de direção. (3).
Em casos mais graves é necessário recorrer à cirurgia. Neste caso, o objetivo da cirurgia do LCA é restaurar a função do ligamento como a restrição passiva do joelho, preservar a saúde da articulação e retornar ao mesmo nível de atividade e participação nas tarefas do quotidiano (4). Para alcançar uma recuperação completa, o acompanhamento pela Fisioterapia e o processo de reabilitação é fundamental (5).
Tratamento do LCA:
A abordagem pós cirúrgica destes casos incide essencialmente na terapia manual e numa rotina de exercícios. A terapia manual e a mobilização passiva são muitos importantes, sobretudo nas fases iniciais do tratamento por forma a evitar aderências no tecido cicatricial que possam restringir a mobilidade do joelho (5).
Existem algumas diretrizes para a reabilitação pós-cirúrgica do LCA que variam mediante a técnica cirúrgica utilizada, o desporto praticado e os exercícios prescritos. (6)
O tratamento do LCA é dividido em quatro fases (6):
- Controlo do sintomas pós-cirúrgicos (dor, edema e inflamação), recuperar a força muscular, restaurar as amplitudes articulares de extensão e de flexão de 90°.
- Recuperação da amplitude de movimento (ROM), restauração do suporte de peso (carga) e do padrão de marcha normal.
- Restauração das atividades funcionais, sem dor.
- A quarta fase é aplicada quando o paciente é atleta. Neste caso é importante retornar e readaptar à prática desportiva.
Bibliografia
- Sanders TL, Maradit Kremers H, Bryan AJ, Larson DR, Dahm DL, Levy BA, et al. Incidence of Anterior Cruciate Ligament Tears and Reconstruction: A 21-Year Population-Based Study. Am J Sports Med. 2016;44(6):1502-7.
- Laible C, Sherman OH. Risk factors and prevention strategies of non-contact anterior cruciate ligament injuries. Bulletin of the Hospital for Joint Disease (2013). 2014;72(1):70-5.
- Purnell ML, Larson AI, Clancy W. Anterior cruciate ligament insertions on the tibia and femur and their relationships to critical bony landmarks using high-resolution volume-rendering computed tomography. Am J Sports Med. 2008;36(11):2083-90.
- Raines BT, Naclerio E, Sherman SL. Management of Anterior Cruciate Ligament Injury: What’s In and What’s Out? Indian journal of orthopaedics. 2017;51(5):563-75.
- Lobb R, Tumilty S, Claydon LS. A review of systematic reviews on anterior cruciate ligament reconstruction rehabilitation. Physical therapy in sport : official journal of the Association of Chartered Physiotherapists in Sports Medicine. 2012;13(4):270-8.
- Cavanaugh JT, Powers M. ACL Rehabilitation Progression: Where Are We Now? Curr Rev Musculoskelet Med. 2017;10(3):289-96.
Texto adaptado.
Fisioterapeuta, Lorenzo Lusvardi
One Clinics Oeiras
Ver original, aqui.